terça-feira, setembro 13, 2011

Era uma vez uma escola de formação

Normalmente os contos fantasiosos começam com Era uma Vez... mas na vida real também há histórias que parecem saídas dos contos, não de fadas, mas de matreirice! Falo-vos de uma academia de formação situada em Lisboa, que ministrava cursos grátis - aqueles financiados pelo Estado - que iam desde a Informática às Línguas passando por outras áreas! Se até aqui pensaríamos que era uma óptima opção, para quem está desempregado, com poucos rendimentos disponíveis e que pretende uma valorização no currículo, o facto é, que nomeadamente num dos cursos de línguas, o barato saiu caro! É que grátis não foi para a maioria das pessoas! 
Mas vamos ao inicio dos factos, logo na inscrição, é dito que o curso é totalmente gratuito, mas (e existe sempre um mas) tem de pagar 10 euros. No meu caso achei logo estranho, e a funcionária/ administradora/ "professora"/ proprietária, disse que era para servir como caução para que nós nos sentíssemos obrigados a ir ás aulas, e que depois no final do curso seriam prontamente devolvidos. 

Ora vamos lá ver uma coisa, se bem que já há quem tenha dito que é legal, o facto é que sente-se logo tramoia no ar, porque eles estavam com medo de quê, que os alunos não aparecessem? Que o Estado pagasse depois por aulas com alunos fantasmas? Mas aí nas contas o Estado paga só por quantos alunos acabaram o curso. Ainda não percebi essa parte. No entanto lá dei o dinheiro, mas pedi que a senhora escrevesse na folha de inscrição esse facto e que assinasse. Ela lá fez, acredito que não gostando muito.

Quando as aulas começaram disseram-nos que tínhamos de assinar dois contratos em como estávamos no curso, e que um deles ficaria com o Estado e outro na nossa mão, e mais, teríamos direito a um certificado de conclusão de curso para podermos anexar ao currículo. 

Contudo tal não aconteceu, na realidade parece que todos andámos num sonho colectivo, porque nem contrato nem certificado há , é como se nunca tivéssemos feito nada, porque não há como provar. Também já disseram que no meio do mês de Setembro dariam o certificado deste curso que lembramos é o módulo II, então e os do módulo I?  Até onde eu sei os alunos ainda não o viram, mas claro, a folha de papel devia estar com medo de sair sozinha e tem de esperar pela irmã para saírem as duas! 
E o contrato que disseram na última aula que seria entregue por correio em casa? Primeiro o director teve mais de um mês para o assinar e não assinou, e depois até agora ainda não chegou a casa, mas também acredito que a culpa é da folha do contrato, elas são manhosas, não querem entrar nos envelopes para irem para os Correios!

E quanto aos famosos 10 euros, lembram-se do inicio da nossa conversa?! No meu caso, já nas últimas aulas do curso, comecei a ouvir dizer que havia pessoas que estavam com dificuldade em receber o dito dinheiro, porque a dita senhora, estava relutante! Quando cheguei a casa os meus familiares, disseram que ali havia já malandrice, e que eu fosse no ultimo dia ter com a senhora e lhe pedisse o dinheiro, se ela não quisesse dar, eles iam lá resolver a situação! Conclusão ia haver barulho!

No último dia assim fiz, fui lá e disse que queria o dinheiro de volta. A senhora disse que não, porque tinha combinado com os outros alunos que o dinheiro só era devolvido quando fossemos buscar os certificados ali àquela escola, isto então em Setembro. Mas então os certificados não eram para ser levantados nos organismos do Estado?! Que raio de história era agora aquela? E eu disse à senhora que isso é que já não podia ser, temos pena,  porque, primeiro eu não tinha combinado nada com ninguém, segundo o dinheiro nem era meu, terceiro no acto da inscrição disseram que o dinheiro era devolvido no final das aulas e quarto eu só saia dali depois de ver os 10 euros devolvidos. E então relutantemente lá foi buscar 10 euros e devolveu-mos.

No entanto parece que com outros alunos o caso foi diferente e não nunca mais viram as suas notas, parece que ficaram a rechear o bolso de uns funcionários/ administradores/proprietários da dita academia de Lisboa. E agora para colocar a cereja no topo do bolo, eles fecharam a escola, segundo consta, e não atendem os telefones, e claro parece que ninguém quer tomar conta deste problema, a cada porta que batem à sempre quem se esforce por lavar as mãos como Pilatos, e no fim perguntamos este mundo é ou não dos espertos?

Mas há uma outra pergunta que fica no ar! Quem é que vai resolver isto?  Será que no final a culpa também é do eletricista? Ou do porteiro?


sexta-feira, setembro 02, 2011

Colaboração da Globo com a Sic - SPT para novas novelas

Deixem-me fazer um aparte, ontem ouvi na televisão sobre esta colaboração para a ficção nacional promovida pela SIC e pela Globo, e se até aí pensaríamos que era uma boa ideia, para a ficção nacional, já que vai tudo acordo com o que eu tenho dito ao longo dos anos, porque havia cá em Portugal um certo preconceito, por parte de uma ou outra produtora em fazer histórias de acordo com a escola brasileira, manias de provincianos, porque depois dava no lixo que todos víamos, ou melhor, não víamos porque desligávamos e dávamos a eles aquelas belas audiências de 0%. Mas parece que perceberam que era melhor deixar de lado tamanha burrice. E deram as mãos à Globo que é sem dúvida a melhor emissora de telenovelas. E segundo a mesma noticia estão a preparar um remake de uma novela da Globo a ser feita aqui! Na wikipédia há uns tempos, li que a SPT ia fazer o remake da Rainha da Sucata, e acreditem quase que me deu uma coisinha má, porque uma alta produção, como aquela feita por actores da Sic, é motivo para colocar as mãos na cabeça. Até pensei quem eles iriam colocar nos papeis que foram feitos brilhantemente pelo Tony Ramos, ou Regina Duarte, quem seria a nova Laurinha Figueiroa? E o que vislumbrava era um vazio.

Mas parece que vão enterrar-se à mesma, porque querem fazer a novela Dancing Days, ora é uma novela dos anos 70, do horário das 8, escrita por Gilberto Braga e protagonizado por Sonia Braga. E é uma daquelas novelas a lembrar os dramas mexicanos, da mulher pobre que deixa uma filha e volta anos mais tarde rica e tenta recuperar a filha e acabar com os vilões. Vamos lá ver, nos dias de hoje não sei se é praticável, eu contra mim falo, porque tenho uma personagem numa das novelas que tem um percurso parecido, embora não mude de condição social, mas isso acontece devido à minha paixão também por novelas mexicanas. Mas no meu caso não é a personagem principal, e não interfere com o enredo central. Porque acho que no passado era aceitável mas nos dias de hoje tratar isso como primeiro plano, é um pouco andar para trás.

Contudo, as coisas vão piorando, porque embora acredite que a novela é mais uma só para ser vista neste pedacinho de país à beira mar plantado, a escolha da actriz principal é de meter medo. Eu não tenho nada contra a senhora, aliás nem a conheço, mas como actriz, temos pena, mas não dá. O papel que fez, ou que faz, porque a novela Laços de Sangue ainda não acabou, está a ser aplaudido por quem? Por todos aqueles que lá investiram dinheiro e têm vergonha de dizer que não gostam, porque eu continuo a dizer o autor Aguinaldo Silva, foi-se embora e largou a novela por alguma razão, aliás esta entrada do Futre na novela, não teve ter sido com o seu aval. 

O papel de vilã da nossa actriz, era para ser o de uma sedutora, uma mulher cruel, capaz de manipular, ora vamos por partes, ela seduz quem? Não tem figura para seduzir, a crueldade e manipulação então não é visível, as expressões são sempre as mesmas, não dá, é desgastante só de ver, quanto mais de fazer. Mas ela não tem culpa, eu continuo a dizer que ao contrário do futebol (já que falámos no Futre), os actores são os menos culpados, porque eles têm de fazer o que está escrito.

Agora dar um papel principal a lembrar a Sónia Braga no seu auge, a determinadas actrizes da nossa praça, é um tiro no pé. Por exemplo porque não dá-lo à Sofia Alves? Eu sei que ela está na TVI, mas as aquisições foram tantas, também não deve custar muito. E a Sofia Alves, tem presença, e apagavam da memória aquele papel que ela está a fazer na novela Remédio Santo, que é a atrapalhar a carreira de qualquer uma. Sim, porque as frases são medonhas, ainda não percebi porque é que têm a mania de colocar nas novelas falas como o tratamento por você aos filhos, isso é fino onde? Na lixeira mais próxima. A quem passa pela cabeça continuar a bater nessa tecla?  Ela disse numa entrevista ao programa Você na Tv, que diverte-se muito com a personagem, claro, ela ri para não chorar! Uma brilhante actriz, com um papel daqueles só mesmo se for pesadelo.

Há que ter em conta os actores que temos no seu todo, como eu disse no passo a passo para se escrever uma novela, nós temos de encontrar papeis para actores e não actores para papeis.  

Como iniciar a produção de uma novela de sucesso 2ª Parte

Terceiro: Depois de escolhidos os actores, há que dar atenção aos cenários e aos figurinos. E esse trabalho pode influenciar muito o rumo da história, e pode dar pistas ao telespectador de como vai ser determinado personagem ao longo do seu percurso.
No que diz respeito aos cenários, o autor tem de ser o primeiro a imaginá-los e a colocá-los na acção, porque se for colocar essa actividade nas mãos de outras pessoas pode culminar numa calamidade capaz mesmo de afundar a melhor das produções.
E depois, há que transportar os adereços à época em questão, se fazemos uma novela actual, não se podem colocar elementos que só eram adicionados numa determinada época passada. Dou-vos um exemplo, em algumas novelas portuguesas desta era ainda era possível ver uns paninhos, de renda, em cima dos sofás! Coisa que além de ser de mau gosto, não faz parte da cultura actual, e dá lá para fora uma imagem de Portugal preso aos anos 40 e 50, que é fatal para quem queira exportar uma novela, para o mundo. 

Eu sou da opinião, que se não for uma novela de época, ou de uma cultura própria (como a novela "O Clone"; "Caminho das Índias" ou mesmo "Explode Coração", deve-se retirar qualquer elemento físico que mostre como era no tempo dos nossos avós. Porque no que diz respeito ao panorama português isso implica as décadas de 40 a 70, e não abona em nada na novela, só prejudica.

Porque pensem comigo, exportar uma novela assim para o mercado estrangeiro, por exemplo para o Brasil, China, Austrália, o que é que vai gerar? Os espectadores desses países vão pensar que é assim que nós vivemos aqui em Portugal, e continuamos a ter a imagem do país da província, em que as mulheres têm bigode, usam lenços na cabeça, saias compridas e tamancos, e os homens tem bigodes, usam boinas, passam o tempo nas tascas a palitar os dentes, e falam arrastando os "sss".
Para isso já bastam os emigrantes que muitos deles ainda pensam que vivemos nos anos 60 e que só mostram lá para fora um Portugal que não existe mais, e ouvem musicas que só afundam o país que eles dizem tanto gostar.Assim não precisamos de inimigos.